IEMANJÁ

Deusa de Egbé, nação Iorubá, onde corre o rio Yemoja, de onde vem seu nome. Muitos ainda o traduzem por "mãe cujos filhos são peixes".

Também é conhecida ainda pelos nomes de Rainha do Mar, Inaê, Mucunâ, Dandalunda e Janaína.

Filha de Olokum, o senhor dos mares, de quem recebeu suas atribuições com a água. Teve vários maridos, entre eles os mais importantes foram Orunmilá e Oxalá. Teve inúmeros filhos, entre eles os orixás Ogum, Exu, Oxóssi e Xangô.

No Brasil, é o orixá do panteão africano mais conhecida, tanto pelas festas feitas em seu nome, que arrastam milhares de pessoas, quanto pelo costume de pular 7 ondas na entrada do ano novo, ritual repetido em todo o litoral brasileiro e consagrado a ela.

De seu ventre saíram os orixás. De seus enormes seios saem as água que alimentam os rios do mundo e que por sua vez fertilizam a terra. Iemanjá é a fecundidade, a vida. Da mesma forma que Oxalá é o princípio gerador masculino, Iemanjá é o princípio gerador feminino.

Deusa do mar e protetora do mar e da vida marinha, das mães, das esposas e da família, representando a procriação, encerra em si mesma o conceito primário da mãe benevolente.

Divide com Oxum o atributo da vida, Iemanjá gera, Oxum mantém.

É Iemanjá quem ampara a cabeça dos bebês ao nascerem, e só depois entrega aos orixás que irão regê-lo. É também conhecida como senhora de todas as cabeças e, por isso, no Candomblé e em algumas doutrinas umbandistas, certamente seja tão reverenciada, pois é na cabeça onde se encontram assentados os orixás da pessoa que comandarão seu destino. Em lavagens de cabeça e em eboris, seu nome é presença obrigatória.

É ela quem rege as relações entre os seres. No terreiro, é responsável pelo espírito fraterno que deve existir entre os irmãos de fé e o pai ou mãe-de-santo. Nas amizades, é a lealdade. Na família, é ela quem estrutura as relações entre pais e filhos, irmãos e irmãs, e de quaisquer entes queridos. Iemanjá é a vontade de vermos bem e seguros todos aqueles que amamos. A mãe que sofre pelo filho é a imagem que melhor representa este orixá.

Em resumo é o amor ao próximo e a união e harmonia da família. É a grande mãe que sempre tem uma palavra benevolente ou um conselho para dar a qualquer filho que a ela recorra. Sempre atende aos que dela se socorrem.

Iemanjá é o senso de educação que damos a nossos filhos, o mesmo que aprendemos com nossos pais, que aprenderam com nossos avós. Extremamente exigente com seus filhos, até mesmo o castigo é regido por ela.

Deusa dos mares e das águas como um todo, responsável pela fauna e flora marinha, inclusive a reprodução dos peixes. Por este motivo é padroeira dos pescadores, para os quais é considerada como senhora do alimento.

Muito invocada para a prosperidade e abundância. Invocamos Iemanjá para curar problemas na cabeça (físico ou mental), para a benção e proteção da família, dos amigos e das relações entre irmãos de fé. As festas familiares como casamentos, aniversários, entre outras, são também abençoadas por ela.

A Calunga Grande

A palavra calunga vem do dialeto Bantu e significa "morada dos mortos". Na Umbanda costumamos atribuir ao cemitério o nome de Calunga Pequena, e ao mar, Calunga Grande.

Mas como o domínio da senhora geradora da vida poderia estar relacionada com os mortos?

Devemos lembrar que a morte não é o fim de nada e sim uma transformação da vida. Assim como Pai Obaluaê (ou Omulu) é considerado o senhor da morte, mas, acima de tudo, é também o grande agente transformador, que guia os espíritos da vida material para a vida espiritual.

Da mesma forma o mar também é um agente de transformação, trazendo e fecundando a vida em nosso planeta.

Outra explicação para denominarmos o mar como Calunga Grande seria dada pelos próprios negros que vieram escravizados nos navios negreiros. A viagem para a América em navio negreiro, era extremamente danosa e mortal, sendo que muitos autores dizem que apenas 1/3 dos escravos sobreviviam diante das condições desumanas do transporte.

Dessa forma, o negro viu muitos de sua raça adoecerem e morrerem, sendo que os corpos eram lançados ao mar. Fora isso, a viagem na condição de escravo simbolizava a morte de sua liberdade, de sua família, de sua cidade, de sua cultura e religião.

Para muitos o fundo do mar seria a prisão de muitos eguns, pois antigamente era comum lançar o corpo dos mortos ao mar.

Aqueles que partilham desse credo lembram que Iemanjá foi mãe adotiva de Obaluaê, ao qual conferiu poderes sobre a morte e sobre estes mesmos eguns.

Características dos filhos de Iemanjá

Os filhos de Iemanjá tem tendência a ter o nariz afilado, e as mulheres, seios grandes. Tendem à obesidade ou a alguma desarmonia no corpo.

Empreendedores, ativos e sovinas. Muito sonhadores, ingênuos e, às vezes, exagerados. Não tem noção de proporção. Se um filho de Iemanjá convidar 2 pessoas para jantar em sua casa, tenha certeza de que fará comida para 20,

São calmos, dóceis e criativos. Formais e cheios de dignidade.

Voluntariosos, assumem os problemas dos outros como se fossem seus. Excepcionais conselheiros. As mulheres são ainda maternais e sérias, podendo criar sem problemas os filhos dos outros.

Apesar da aparência tranquila, podem se transformar quando o assunto for família, a qual defendem com unhas e dentes. São extremamente exigentes com seus filhos. Castigam, mas não admitem que outros o façam. Entretanto são excelentes educadores.

São caseiros, gostam de rotina e normalmente são bons com os serviços domésticos. Metódicos, adoram tudo o que se relaciona com o oculto. Sensíveis e emotivos, são os famosos chorões.

Em equilíbrio são nobres, criativos, corajosos e constantes. Desequilibrados podem ser rudes, insensíveis medrosos, orgulhosos e gulosos.

São amigos, mas colocam à prova as amizades. Não perdoam uma ofensa, e, caso perdoem, não esquecerão jamais. Muitos dizem que os filhos de Iemanjá não são bons em guardar segredos.

Exageram em suas verdades para dizer que não mentem, e sempre fazem uso de chantagens emocionais.

As mulheres de Iemanjá são muito mais mãe que esposas. E são independentes de maridos e dos pais. Tendem a ter mais de um casamento.

Desconfiados, podem alimentar ciúmes doentios. Reclamam de tudo, mas nunca deixam de fazer aquilo que lhe pedem.

Vaidosos, gostam de adornos discretos e caros. Gostam de viver no luxo, de vida abastada, mesmo que sua renda não seja compatível, podem inclusive se endividar por este motivo.

Lutadores e dedicados, procuram sempre formas de alcançar os postos mais elevados.

Nas profissões são excelentes psicólogos, educadores, médicos e até mesmos simples donas de casa. Podem ter em seu destino motivos para mudar de estado ou de país.

Existe um grande folclore sobre as filhas de Iemanjá não poderem cortar o cabelo sem a autorização do orixá. Se você acredita nisso, peça licença, mesmo que apenas mentalmente, e corte seu cabelo filha de Iemanjá. Na Umbanda esse tipo de recomendação não faz sentido se lembrarmos que os orixás são parte da energia do próprio Deus.

Sincretismo: Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Conceição

Data de culto: 02 de Fevereiro (NS Navegantes) 08 de Dezembro (NS Conceição) Saudação: Odo Iá (salve a mãe) ou Odo Fe Iabá (Salve a mãe das águas);

Área de atuação: Família, relações pessoais, cura (cabeça), vida, fecundidade e prosperidade;

Elemento: Água;

Chacra: Frontal;

Metal: Prata;

Astro regente: Lua (no quarto cheio);

Nota musical: Si;

Número: 4;

Dia da semana: Sábado, (Em algumas vertentes é cultuado no Sexta-feira);

Cor da guia: Azul e branco ou azul claro com contas transparentes;

Cor da vela: Azul clara;

Pedra: Pérola, água marinha, lápis-lazúli, calcedônia e turquesa;

Bebida: Água mineral ou champanhe branco;

Amalá: Peixe, camarão, canjica doce, arroz com mel;

Frutas: Marmelo, graviola, uvas brancas, melancia, nêspera, pera;

Flores: Rosas brancas ou palmas brancas;

Algumas ervas: Panacéia, angélica, picão-da-praia, manacá, cânfora, chapéu de couro, lágrima de Nossa Senhora, Erva de Santa Luzia, lavanda, mastruço;

Local de oferta: Praias ou em alto mar, também aceita perto de grandes rios;

Animais: Peixe, cabra branca, ovelha branca, galinha branca;

Instrumentos: Abebé, leque de metal prateado na figura de um peixe.

Umband'Boa

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